Centro de Exposições Barigui

Ficha Técnica:

Local: Curitiba/PR
Cliente: Grupo Positivo e o Grupo JMalucelli
Construtora: Grupo Positivo
Segmento de obra: Esporte e Cultura
Projeto arquitetônico: Manuel Coelho
Projeto estrutural: Charles José Reis Hipólito
Volume de concreto (m3): 650
Conclusão da estrutura: Novembro/2011
Elementos de concreto pré-fabricado: vigas, pilares e painéis alveolares

O Expo Renault Barigui – atualmente denominado Centro de Eventos Positivo – é um amplo espaço de eventos localizado no parque mais conhecido e frequentado da cidade de Curitiba, no Paraná, o Parque Barigui. A estrutura, com 7.500m² de área total, se destaca pelos 1.500 metros quadrados de parede verde – jardins verticais nas entradas do pavilhão – e por outras características sustentáveis, como o aproveitamento de água da chuva, pontos de ventilação e de iluminação natural. Essas particularidades ajudam a reduzir o consumo de energia e integram o prédio ao parque de forma harmônica.

O centro de exposição conta com uma generosa vista para o lago e a área de eventos, por si só, tem 5.000 metros quadrados sem qualquer pilar intermediário, o que garante o total aproveitamento do ambiente. Nesse espaço, é possível montar um auditório com capacidade para abrigar até cinco mil pessoas sentadas. Os outros 2.500 metros quadrados estão destinados às áreas complementares, como sanitários, camarins, cozinhas e despensas.

O arquiteto Antônio Abraão, do escritório MCA Manoel Coelho Arquitetura, explica que a obra “foi uma concorrência na modalidade de parceria público-privada organizada pela prefeitura através do IPPUC para a criação de um novo centro de eventos em substituição ao antigo pavilhão de exposições que existia no parque Barigui desde a década de 70”. A intenção, ele acrescenta, era modernizar a infraestrutura técnica para que fosse possível acomodar os eventos que a cidade, por uma então falta de local adequado, estava deixando de receber. O escritório de arquitetura foi convidado pelo Grupo Positivo para desenvolver o projeto que, no fim das contas, venceu a concorrência. O projeto teve autoria do próprio Antônio Brandão e de Manoel Coelho.

Antônio remonta à concepção do projeto, contando que ele sempre esteve muito calcado em “em estratégias de sustentabilidade e no uso de sistemas construtivos pré-fabricados tanto em concreto quanto metálicos”. A escolha, ele reitera, “nos pareceu adequada”. O escritório sabia da importância da estrutura para a cidade e do potencial que ela tinha. “O de se transformar em mais um cartão postal de Curitiba; o que de fato, para a nossa felicidade, aconteceu”, o arquiteto relembra.

O arquiteto lista alguns dos motivos que os levaram a escolher o pré-fabricado em concreto para o projeto: a relação custo-benefício desse sistema construtivo, a produção e montagem agilizadas em um canteiro de obras eficiente, bem como a “racionalidade construtiva aliada à sustentabilidade”. Ele chama atenção ainda para a versatilidade do material. “E a possibilidade de explorarmos o uso do concreto aparente nos painéis de envoltória da fachada”, acrescenta.

A concepção do projeto do pavilhão, ele explica, “tirou partido do contraste entre a ‘opacidade e peso’ do concreto das empenas laterais, vigas e pilares e da ‘permeabilidade e leveza’ das estruturas metálicas e vidro das fachadas que se voltam para os belos visuais do bosque e lago do parque”, sempre buscando a integração da estrutura ao seu ambiente.

Antônio conta que a decisão de usar o pré-fabricado surgiu nos primeiros esboços do projeto e, a partir desses estudos, a solução foi sugerida ao cliente. “Desde o início pensávamos em criar um espaço de exposição e eventos que não fosse uma ‘caixa fechada’ como a grande maioria dos edifícios dessa tipologia são”, ele detalha e acrescenta que a ideia era “tirar proveito do local onde seria implantado, dialogando com o entorno do parque e potencializando a relação entre o interno e externo”.

O resultado é um edifício de porte relevante, uma arquitetura de impacto visual, feita com o uso do concreto pré-fabricado que, de acordo com Antônio Brandão, “agregou vários benefícios para uma obra como essa, de caráter de uso público e de grande porte, como durabilidade, sustentabilidade, economia de tempo e versatilidade”.