Passarela Tubarão

Ficha técnica

Cliente: Município de Tubarão/SC
Construtora: Araújo Construções 
Segmento de obra: Ponte e Rodagem 
Projeto arquitetônico: Vanderlei Cardoso 
Projeto estrutural: Alexandre Felix dos Santos  
Volume de concreto (m3): 178 
Conclusão de estrutura: Junho/2020 
Elementos de concreto pré-fabricado: vigas seção completa (seção total feita em indústria de pré-fabricados), longarinas e lajes pré-fabricadas, com solução mista de laje e complementos concretados no local. 

Localizado em Santa Catarina, o município de Tubarão é dividido ao meio pelo rio que leva o seu nome. Por esse motivo, sempre foi necessária a utilização de uma passarela para auxiliar na mobilidade urbana da cidade. A primeira travessia para pedestres foi construída em 1964: uma passarela pênsil, de arame, que foi destruída na enchente de 1974. Embora ela tenha sido reconstruída no ano seguinte, em 1975, a passarela voltou a ser danificada em 2016 em virtude de um vendaval que atingiu a região. A partir daí, começaram-se as discussões para a construção de uma passarela reforçada e definitiva para a região. 

Após análises e planejamento, desenvolveu-se uma solução em concreto, com comprimento total de 142 metros por 4 metros de largura, para compreender a faixa de pedestres, ciclistas e pessoas com pouca mobilidade. A Cassol Pré-Fabricados foi contratada para o fornecimento das longarinas e lajes, e a construtora executou a fundação e os pilares no local. Na fase de projetos, a Cassol enfrentou um grande desafio na concepção de cálculos, já que foi preciso modificar a solução das vigas do cliente de pós-tração para pré-tração, mas com a premissa de não alterar a arquitetura da obra. A mudança para pré-tração foi necessária porque o cliente tinha a intenção de diminuir o prazo de execução em canteiro, industrializando ao máximo a obra.  

Para viabilizar essa alteração, a maior mudança foi a consideração de análises específicas, iniciando pela disposição dos cabos de protensão, que passaram a ser considerados retos para execução em pistas de produção. Para o tabuleiro, a proposta de laje maciça inteiramente moldada in loco foi alterada para uma solução mista com lajes alveolares, aumentando a industrialização e eliminando, assim, a necessidade de escoramentos do tabuleiro, mas mantendo tiras de concretagem posterior para conferir a solidarização do sistema. 

Em todo o comprimento da passarela, foram executadas faixas de laje moldadas in loco a cada laje alveolar, em faixas de 30 cm. Dessa forma, as longarinas foram calculadas considerando a diferença de mesas colaborantes entre trechos com laje alveolar e trechos de laje in loco. Além disso, foram incluídas armaduras complementares para reforçarem a viga. Nos balanços, foram previstas armaduras nas peças pré-fabricadas para a fase de montagem, além de complementos de armadura em capeamento para a situação de uso da passarela. 

A questão do transporte de elementos estruturais extensos é, com frequência, um ponto que requer estratégia e planejamento. O transporte das longarinas até o local da obra foi garantido pelo estudo preliminar em fase de orçamentação. A equipe de Logística e Expedição desenvolveu um estudo de viabilidade de transporte para peças especiais, uma vez que o projeto contemplava elementos estruturais pré-fabricados de até 28,50 metros de comprimento. 

A montagem da obra, executada pela construtora Araújo Construções Eireli – Epp, foi realizada dentro de um período recorde de 50 dias de montagem, graças à alteração da solução proposta inicialmente. Em vez das vigas com pós-tração e lajes moldadas no local, que implicariam um prazo superior de montagem, a versatilidade e a praticidade da construção industrializada resultaram no encurtamento do prazo de execução de uma obra que tem valor essencial à qualidade de vida na cidade de Tubarão.